quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Recomeço


As rachaduras começaram na base, sem ninguém perceber. Foram fundidas com problema de encanação e o vai-e-vem das pessoas.
Era um prédio grande, letras douradas indicavam o nome do lugar e as pessoas o adoravam. Algumas apenas alugavam um quarto, outras compravam e há poucas que iam embora ou nem habitavam, mas falariam mal. Confesso, não era uma boa fachada, mas ele trazia boas diversões, não? As rachaduras imperceptíveis fizeram o prédio desabar de uma hora para outra.
Foi rápido o suficiente para ninguém perceber e causou uma tragédia. O vento foi forte e a poeira não subiu, mas os destroços estavam lá, como se fossem subir sozinhos para a forma original. 
Minha linda, não corra para os destroços. Não tente salvar nada, porque acabará soterrada se tentar. Feche os olhos e sinta o vento da destruição no seu rosto. Com seus cabelos ruivos ao vento, abra um sorriso de canto de boca e espere tudo cair para levantar esse prédio denovo. Gabando-se de sua nova e bela construção.