As rachaduras começaram na base, sem ninguém perceber. Foram fundidas
com problema de encanação e o vai-e-vem das pessoas.
Era um prédio grande, letras douradas indicavam o nome do lugar e as
pessoas o adoravam. Algumas apenas alugavam um quarto, outras compravam e há
poucas que iam embora ou nem habitavam, mas falariam mal. Confesso, não era uma
boa fachada, mas ele trazia boas diversões, não? As rachaduras imperceptíveis
fizeram o prédio desabar de uma hora para outra.
Foi rápido o suficiente para ninguém perceber e causou uma tragédia. O
vento foi forte e a poeira não subiu, mas os destroços estavam lá, como se
fossem subir sozinhos para a forma original.
Minha linda, não corra para os destroços. Não tente salvar nada,
porque acabará soterrada se tentar. Feche os olhos e sinta o vento da
destruição no seu rosto. Com seus cabelos ruivos ao vento, abra um sorriso de
canto de boca e espere tudo cair para levantar esse prédio denovo. Gabando-se
de sua nova e bela construção.
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