segunda-feira, 25 de março de 2013

O Amor em Várias Formas


Anthonny me disse, numa conversa, enquanto eu fazia o café, que o amor era como aquele fósforo acesso em minha mão. "Com um esforço ele queimará. Alto, quente e bonito. Mas acabará apagando um tempo depois" -ele me dissera.  
"Um fósforo?"
"Sim. um fósforo!" Ele me disse isso sacudindo a cabeça e revirando os olhos como se isso fosse a coisa mais obvia do mundo. Ficamos em silêncio enquanto eu terminava e pensava sobre aquela absurda comparação. 
"Não... não gostei dessa comparação."
"Mas é verdadeira!" Ele bateu o pé. 
Eu pensava sobre isso em silêncio e ele me olhava com olhos brilhando, sentindo-se vitorioso.
"Não gosto dessa visão pessimista que você tem do mundo."
"O mundo é pessimista, caro amigo. E o amor? Mais ainda."
"O fósforo não entra em combustão sozinho, é preciso de uma mão que o leve para queimar em algo... na boca do fogão, no caso. E só queimará se o fogão estiver ligado no gás. Isso faz necessário duas 'coisas.'"
"E um sempre segurará o fogo até acabar..."
"E se torna dever daquele outro fazer com que o vento não apague ou a boca seja desligada..."
"O gás vai acabar e terá que trocar por outro." Ele rio da minha cara e chamei um equino (não ficará muito bonito o seu nome no texto), seguido do seu nome.
"O que foi?" 
"O amor nunca vai poder ser comparado com nada. Ele se torna tudo e nada ao mesmo tempo. Ele queima rápido, mas é intenso. É cheio de pessoas surtando ou uma deitada no colo de outra enquanto recebe carinho. Pode ser lento ou rápido, cheio de conversas ou aquele silêncio que diz tudo. O amor nunca poderá ser descrito, vai? É a chama, a música, a batida de coração..."
Anthonny revirou os olhos, levantou da mesa e me deixou falando sozinho. 
(Imagine agora a câmera afastando-se de mim como no final daqueles filmes americanos, até fora do nosso sistema solar com estrelas brilhando. As estrelas são só porque eu gosto de estrelas.)  

Nenhum comentário:

Postar um comentário